

Interagindo: || Local: Capital || Saúde: 100% || Status: Outra bebida seria bem-vinda || Extras:

O nascer do sol estava longe de acontecer quando Kayn colocava as calças e ajeitava a camisa. Procurava seus sapatos em meio à escuridão, e os encontrou perdidos entre um vestido lilás.
Terminava de amarrar suas botas quando ouviu a leve e sussurrante voz de sua companhia.
– Por que não fica mais um pouco? Ligou o abajur de luz forte e segurou um bocejo, denunciando seu sono ainda persistente.
– Tenho um compromisso.
Virou-se para a mulher e encontrou um grande par de olhos castanhos, cheios de confusão. O longo cabelo escuro encaracolado e o tronco despido. Ora, ora, não era uma má visão.
– Lamento ter te acordado, volte a dormir, ainda falta muito para o amanhecer.
Caminhou em direção à janela e quando já estava quase totalmente fora dos aposentos femininos a doce voz lhe chamara a atenção, novamente.
– E quando eu irei vê-lo de novo? Se ajeitou entre as cobertas e lhe presenteou com um sorriso sedutor.
Ele segurou um sorriso, Sarah era uma de suas garotas, uma companhia divertida e calorosa em noites frias, aquela não era a primeira vez que pulava a janela de seu quarto, tendo cuidado para não acordar o pai da mesma, e provavelmente não seria a última. Era uma diversão sórdida, nada a mais.
Deu-lhe um sorriso e uma piscadela, sabia que Sarah entenderia que, bom, sabe-se lá que dia se veriam novamente, talvez em outra noite fria em que ele precisasse de companhia.
Após um pulo silencioso já estava caminhando pelas ruas do subúrbio de Xandar, tinha que se apressar ou então perderia o barco que lhe levaria à Capital. Percorreu um longo caminho até chegar em casa. Sua pouca mobília era a única coisa que lhe esperava, as paredes frias o faziam lembrar-se da época que dividia esse mesmo teto com seu pai. Mas não chegava ser boas lembranças.
Tomou um banho rápido em águas geladas, e pegou sua bagagem que havia organizado no dia anterior. Alcançou uma maçã perdida na cozinha e tratou de ir logo ao porto, onde o barco estava prestes a zarpar.
Por sorte conseguiu embarcar a tempo, arrumou um espaço desocupado no convés, entre alguns barris, colocou suas coisas ali e encostou-se nelas e por fim, decidiu tirar um cochilo até chegar ao seu destino.
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Horas mais tarde acordou com um dos marujos lhe chutando as pernas e gritando no seu ouvido que tinham chegado à Sede. Levantou e esticou os músculos, e recebeu de bom grado a caneca que lhe era oferecida. Deu um longo gole na bebida forte.
– Valeu, Borg. Desde quando bebe tão cedo? O marujo em questão era seu amigo de longa data, cresceram juntos nas pobres ruas de Xandar.
– Desde quando tenho que vir para esse lugar infernal. Achei que você fosse querer uma também. Kayn sorriu em agradecimento e terminou a bebida – Agora cai fora do barco.
Ajeitou suas tralhas sobre o ombro e desceu a rampa de madeira, já estava no cais quando ouviu o sino do barco soar, e seu nome sendo gritado junto a assovios.
– Boa sorte, Caçador!
Borg gritou acompanhado da farra dos outros marujos do barco de pesca, Kayn acenou agradecido pelo o apoio e tornou a andar. Não pode segurar seu sorriso ansioso, não podia acreditar que alguém como ele estava prestes a fazer algo tão importe.
Adentrou os grandes corredores luxuosos da Sede, e logo se pôs a cumprimentar as câmeras de um jeito educado, porém despojado. Logo mais cumprimentou todos os reis e rainhas presentes, com extrema polidez, por mais que não gostasse da monarquia, sabia que devia respeito.
Pôs-se ao lado da rainha Jade, ajeitou os alguns fios de cabelo que caíam sobre seus olhos, e deu uma olhada ao redor. O cheiro de burguesia era evidente, escandaloso e irritava suas narinas.


Interagindo: ||Local: Sede || Saúde: 100% ||Status: Eu considero frígida um elogio || Extra:

Katrina amanheceu junto ao nascer do sol, seu horário habitual para acordar. Ainda sentia seu corpo dolorido do dia anterior, um dia cheio de tarefas e compromissos, tinha que deixar tudo pronto para sua viagem de hoje.
Após um banho longo, vestiu roupas confortáveis e prendeu o cabelo em uma trança. Seguiu para a cozinha, não encontrando ninguém pelo caminho. Algumas das mulheres já estavam trabalhando e outras ainda não haviam acordado.
Já na cozinha encontrou Ashe, de pé e radiante, preparava chá e
colocava na mesa alguns pãezinhos. Sua irmã cantarolava sem perceber sua presença.
– Acordou cedo. Sorriu com o susto que sua irmã levara, que resmungou um palavrão e voltou aos seus afazeres.
– Eu sabia que você acordaria bem cedo, então preparei seu café da manhã. E eu também queria me despedir. Ela lhe sorriu e ofereceu uma xícara de chá quentinho.
Ashe era a irmã do meio, um completo contraste com as demais mulheres do clã. Era alegre, entusiasmada com tudo e amava sorrir. Seu longo cabelo dourado lhe fazia parecer um raio de sol, o que Katrina achava que Ashe era.
– Ah, aqui. Colocou a mão no bolso do casaco e tirou de lá uma pulseira de corda marrom com uma única pedra azul escuro de enfeite – É para te dar sorte, eu peguei essa pedra na fonte da Deusa.
– E desde quando Katrina precisa de sorte?
Antes que pudesse responder Ashe, elas foram interrompidas por Serilda, a irmã mais velha. Seu tom de voz sempre sério fez o sorriso de Ashe vacilar, se sentia boba agora. Katrina revirou os olhos e voltou-se para a irmã do meio.
– Obrigada, Ashe. Eu adorei. Deu um pequeno sorriso para a mesma e colocou seu presente no pulso.
– E Serilda, você não devia estar com as vacas agora? Voltou os olhos para a mais velha e pode sentir Ashe segurar uma risada diante de seu tom sarcástico.
De fato, Serilda era a responsável pelos os animais do clã, preferia gastar seu tempo com as vacas e cavalos do que com pessoas. Mas, bom, ela não estava tão errada assim.
– Minhas vacas podem esperar um pouco enquanto me despeço da minha irmãzinha.
A mais velha sentou-se a sua frente na mesa e serviu-se de chá, Katrina não pode deixar de reparar no curativo em seu braço, lembrava-se que fora ela que tinha deixado um ferimento ali. Dias antes a rainha Madelaine apareceu em seu clã, pedindo uma demonstração de força entre as guerreiras. Katrina teve que enfrentar suas irmãs e outras, e por fim saíra vencedora e sendo assim escolhida para representar seu reino.
As três seguiram com o café da manhã de maneira leve e descontraída, com Ashe falando pelos cotovelos de um moço bonito que tinha conhecido em uma festa. Até que a mãe das mesmas aparecesse dizendo que já estava na hora de Katrina ir.
Recebeu um abraço apertado de Ashe, e um soquinho no braço de Serilda, com esta última lhe dizendo para voltar inteira. Foi até seu quarto para pegar sua bagagem e seguiu até o estábulo onde seu cavalo a esperava. Prendia sua mochila na cela do animal quando ouviu seu nome sendo chamado por sua mãe.
– Eu a treinei a vida toda para este momento, Katrina. Colocou a mão em seu ombro – Não seja uma decepção.
Desvencilhou-se do toque de sua mãe, e encarou os grandes lagos congelados que lhe fitavam.
– Não irei, Avarosa.
Montou no grande cavalo castanho e partiu para a Capital.
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Por sorte os cavalos de sua região além de aguentar baixas temperaturas também eram velozes. Horas de viagem mais tarde, e após rochedos e trilhas tortuosas, Katrina já se encontrava perto da Capital, ainda dentro do horário estimado.
Quando chegou o bastante próximo teve que deixar o animal e troca-lo por uma balsa. Pagou o suficiente para que o levassem de volta ao seu reino. Na balsa encontravam-se algumas mulheres e crianças, pareciam ser uma pequena caravana.
O cais era preenchido por barulhos altos, vindo de todas as direções, a Sede outrora sempre tão organizada parecia estar bem diferente no dia de hoje. Caminhou sem pressa até chegar ao ponto central, passou pelos longos corredores e deu de cara com câmeras e flashes, eles lhe incomodavam então não perdeu muito tempo com eles, fora educada por obrigação. Já ao cumprimentar os reis e rainhas se comportou de um jeito mais polido, e se pôs ao lado de Madelaine, aguardando os outros.
Última modificação feita por Valentina104 (13-01-2019, às 20h40)