Sabrina Bittencourt KuroNeko "Nina" | 16 anos | Diário da Assassina
Era madrugada. A rua estava o maior silêncio possível, era óbvio, todos ainda estavam dormindo seus sonos felizes. Eu, no entanto, nem pensava em dormir. Tinha acabado de fazer o serviço que me cabia, e agora fitava o corpo ensanguentado à minha frente, com um sorriso maldoso. Gostei de tê-la esfaqueado 34 vezes e depois cortado sua cabeça fora, mas, bem, não podia ficar muito mais tempo ali ou alguém me veria. Dei uma última olhada e larguei minhas luvas ao lado do corpo - não seria bonito ser vista com luvas cheias de sangue -, e virei para trás, correndo o mais rápido que podia. O sol já estava raiando, o que significava que tinha que chegar em casa ou meus irmãos descobririam. Também, era dia de aula, início de mês, e eu queria rever meus colegas.
Bati nos bolsos do longo casaco que usava procurando o celular, mas não o encontrei. Droga.
Então, como se por alguma obra do destino, encontrei um celular "de última geração", ali, caído no chão. Uma das coisas que aprendi é que nunca se deve deixar pra lá - ora, se eu não pegasse, outro alguém o faria, melhor que fosse eu, não é mesmo?
Peguei-o e estava aberto em um aplicativo. Não teria dado tanta importância, mas acabei lendo o que estava escrito, meus olhos se arregalaram:
[01 de Setembro, 5:50
Beco sem saída]
Assassinato de Sanae Cocoaulait. 34 facadas na barriga seguidas de um decapitamento. Sucesso em fuga, sem descoberta.
Resolvi mais do que nunca que levaria aquilo comigo, sim. Como poderia o troço ter ditado com exatidão o método da morte, horário e local, além como o nome da menina? Precisava de tempo para pensar naquilo, mas antes tinha que ir para a escola ou desconfiariam.
Ao chegar em casa, coloquei rapidamente o uniforme do colégio, engoli meia jarra de café para me manter acordada, coloquei as orelhas e a cauda de gatinho - não podia esquecer dessas - e, sem esperar por meus irmãos, corri para a escola. Chegando lá, cumprimentei alguns conhecidos e fiquei perambulando, esperando que as aulas começassem. Chrystal Bittencourt ShiroNeko "Vanilla" | 16 anos | Diário do Acaso
Tinha acordado cedo, como sempre, a fim de ver os primeiros raios de sol. Não vi nenhum de meus irmãos levantar, então poderia me demorar um pouco antes da escola. Tomei um banho e coloquei o uniforme do colégio, bem como minhas orelhas e a cauda de gatinho, partes indispensáveis na minha vida - bem, pelo menos eu as considerava. Tomei um café longo e então saí ao quintal de casa afim de me distrair mais um pouco. Era início de mês.
Enquanto relaxava deitada na grama, reparei em algo que brilhava no meio das flores, decerto pela luz. Curiosa, resolvi ver o que era. Descobri um celular - de última geração, diga-se de passagem -, e então o peguei. Ouvi uma barulheira dentro de casa, mas não me importei. Ao ligar o celular, vi que estava aberto em um aplicativo, "Future Diary". Lia-se nele:
[01 de Setembro, 06:40
Casa]
Sabrina acabou de chegar. Tomou meia jarra de café e saiu sem me esperar.
Lenn está acordado, mas finge que não está para que possa mexer no celular. Que preguiçoso!
"Acabou de chegar? Nina?", pensei, com dúvida. Nem sabia que tinha saído, e para onde teria ido? Mas era incrível que aquela coisa me dizia do que tinha acontecido ao redor, embora eu não tivesse visto. Resolvi guardar pra mim, poderia me ser útil. Então saí de casa, tomando o rumo da escola.
Chegando lá, sentei-me num banco e fiquei esperando a aula começar. O troço - leia-se celular novo esquisito - ficava vibrando à toda hora, e a parte mais bizarra: Me dizia absolutamente tudo que estava ocorrendo ao meu redor, de modo que não precisava prestar atenção em nada e ainda assim ficava sabendo. Lenn Bittencourt "Sora" | 15 anos | Diário do Servidor
Acordei, um pouco mais cedo do que queria. Era início de mês, mas, ao contrário dos outros, eu estava com uma vontade mínima de ir para a escola. Seria tudo a mesma coisa, pessoas me congratulando por ser o melhor aluno de minha turma e o mais popular. Para descansar um pouco, resolvi mexer um pouco no celular, e responder alguns comentários no blog. Sentia que podia fazer isso o resto da vida, era muito legal. Não havia nenhuma crítica, nunca, e isso me deixava ainda mais disposto. Mas só fui reparar no horário quando já estava praticamente atrasado - se não corresse, perderia a hora, e isso é inaceitável no primeiro dia. Corri, troquei de roupa e engoli o resto de café que minhas irmãs me deixaram, e fui correndo para a escola.
No caminho parei, uma coisa me distraíra. Um notebook. Provavelmente alguém o perdera, mas quem perdia aquele tipo de coisa? Resolvi pegá-lo.
Chegando na escola, perguntei para algumas pessoas, mas não era de ninguém. Curioso, resolvi abrí-lo num canto reservado, afim de ver o que era.
Ao passo que via, arregalei meus olhos.
[01 de Setembro, 7:00
Escola]
Diário dos Aprendizes
Seguido dessa entrada havia um monte de nomes. O mais estranho, seguido desses nomes vinham os nicknames - todos de seguidores do meu blog. Então vinha o nome "Diário", e alguma coisa, diferente para cada pessoa. Eu podia criar mais, a julgar por aquilo. Junto com o nome do diário vinha uma pequena descrição do que cada diário fazia. Todos eles tinham alguma conexão comigo e podiam ser usados para me ajudar. Com o que, não sabia, mas tinha certeza que era poderoso. Quem sabe podia usar aquilo.
Finalmente pude postar, desculpe a demora ^-^
... Mas a Nina já não tem o Diário do Assassino? e.e
Não sei se era pra fazer assim os primeiros posts - nem sei se o diário do Lenn podia ser um notebook, dado que o da Kamado Ueshita,a 8ª, também é um computador -, e também não sabia a data certa, então coloquei 1 de setembro, se não for essa me avisa ^-^