
| Interação: Ninguém Status: Confiante |
| Local: Kaleido Star Extra: Look |
Duas semanas atrás...
- Sim, estou bem, maman. Já estou em Cape Mary.
- Querida, estamos com saudades.
- Eu também, maman. Mas não me faça dizer isso em voz alta neste momento. Acabei de me maquear. (risos)
- (risos) Como é a cidade?
- O clima é agradável.
- Onde você está?
- No táxi. Quase chegando no apartamento que eu... Mère, preciso desligar. Te ligo mais tarde.
Eu desliguei o celular e respirei bem fundo. Procurei na bolsa um batom vermelho e dei um último retoque. Olhei para a janela. "Chegamos". Eu saí do carro e o motorista me ajudou a pegar mais umas duas malas na parte traseira do carro. Paguei a corrida e lhe deixei uma gorjeta e meu agradecimento. Finalmente pude sentir os ares de Cape Mary e, olhando para cima, observar o local onde ficaria hospedada daqui em diante.
Uma semana atrás...
O fato do local ser um cubículo não o tornava desprezável. Muito pelo contrário, era bem mais fácil e rápido de ser arrumado, isso me deixava bem satisfeita, já que não teria de passar horas e horas mudando as coisas de posição, até porque não cabia tanta coisa. Eu fiz questão de não esbanjar na estadia, esperava que tudo desse certo no Kaleido Star, mas tinha que estar preparada para tudo. Cape Mary poderia ser o melhor ou o pior lugar do mundo daqui em diante.
Era uma terça-feira e tinha saído em busca de um capuccino na padaria mais próxima, a algumas quadras de onde estava. Não, eu não estava passeando, mas fazia questão de ir à rua para qualquer coisa, apenas para me acostumar com o lugar. Era uma típica cidade grande, cheirava a diesel e gasolina, sons altos e muitas pessoas apressadas nas faixadas. Muita poluição visual, mas nenhuma propaganda minha. Talvez os perfumes franceses fizessem algum sucesso na América do Norte. Mas apenas eles.
Adentrei a padaria e pedi um capuccino e algum pão doce da prateleira. Enquanto esperava, olhei para trás, bem além da padaria, dos carros na rua, olhei através da porta de vidro um cartaz bem grande na parede do outro lado da rua, e ao ler "Kaleido Star", meu pedido chegou. Eu estava tão obcecada que, involuntariamente, cerrei os punhos e amassei o dinheiro da compra.
Dia da seleção
Levantei bem antes do despertador. Literalmente pulei da cama. Alguns minutos, talvez meia hora de alongamento e já podia começar meu ritual da manhã.
Fiz minhas tarefas diárias e já estava na padaria de sempre tomando a terceira dose de cafeína. Estava tudo sob controle, mas as horas demoravam de passar. Recorri ao celular, mandei mensagem para minha mãe e ficamos algum tempo conversando.
Finalmente, às 11 horas, eu já havia feito tudo o que podia fazer. Tomei outro banho antes de finalmente ir em mais uma corrida de táxi para a seleção. Geralmente, eu tinha um costume de ficar tão quieta em pose de boneca que parecia uma metida das séries ds Disney, mas hoje eu estava mais falante do que nunca. Falei até com o taxista! Fomos conversando até lá, ele me contou há quantos anos morava na Califórnia e os prós e contras na visão dele. Também descobri que ele tinha 38 anos, seu cabelo platinado não era natural e nas horas vagas assistia series adolescentes para se sentir mais jovem. Enfim...
- Você vai fazer uma boa apresentação, moça! - no final da corrida, ele me encorajou.
- "Cela va de soi!" - respondi com essa expressão. Na hora não me perguntei se ele entenderia, mas é algo que, traduzindo, significa "nem precisa dizer", como se pra mim fosse mais que claro.
Vi logo um aglomerado de repórteres e flashes quando entrei. Eu nem estava afim de fama de meia hora, então segui apressadamente, por mais complicado que fosse. No máximo eu lancei um "Vá à m#rd@!" enquanto um deles tentava me puxar.
Última modificação feita por danielle33 (27-12-2018, às 22h52)